Galgo Espanhol
(outros nomes: Galgo Español, Spanish Greyhound)
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História
O Galgo Espanhol é um exemplo de uma raça bastante antiga, cujas origens se perderam entre civilizações. Crê-se que descenda dos galgos que povoam a península arábica e o norte de África, tais como o Saluki e o Sloughi.
Não se sabe ao certo se o Galgo Espanhol já existia na Península Ibérica aquando da sua ocupação pelos Celtas, Iberos e Lusitanos, mas sabe-se que já habitava a região no tempo do Império Romano. O elo que ainda falta descobrir é se o galgo foi introduzido por estes, ou se os romanos efectivamente entraram em contacto com ele quando invadiram a península ibérica.
Uma das primeiras referências a galgos especificamente em Espanha data do século II e foi deixada por Flavio Arriano, um historiador grego que escreveu a obra Cinegéticos. Nesta obra descreve a raça, a sua presa, as lebres, e a sua forma de caçar, tornando-se evidente as várias semelhanças entre o Galgo Espanhol actual e o galgo que habitava a península ibérica na altura.
Ao longo dos séculos, outras evidências de galgos espanhóis foram deixadas. Uma delas é o mural da Ermida de San Baudelio de Casillas, em Sória, que data do século XII. Nele pode-se observar uma cena de caça à lebre, onde estão representados três cães, animais muito semelhantes ao Galgo Espanhol.
É de notar também que nos séculos anteriores, século VIII, IX e X, a península ibérica foi ocupada pelos Árabes que poderão ter cruzado os galgos locais com o Sloughi, realçando assim a influência dos galgos árabes na construção do Galgo Espanhol.
O Galgo Espanhol adaptou-se ao terreno e ao clima ibérico, tornando-se um valioso cão de caça à lebre para todas as classes. Era também usado como cão de guarda e apesar do seu forte ser a visão, também era capaz de seguir o rastro das presas utilizando o olfacto.
Nos séculos XVI, XVII e XVIII, o Galgo Espanhol foi exportado em massa para outros países europeus, com particular destaque para a Inglaterra e Irlanda. O Galgo Inglês, Greyhound, tem na sua ascendência sangue do Galgo Espanhol. Estas duas raças estão de facto bastante interligadas. No século XX, a cruzas entre elas generalizou-se, sobretudo para fins de corrida de cães e caça, ao ponto de o tipo Espanhol estar em risco. Contudo, o Galgo Espanhol estava muito bem adaptado ao terreno e à caça de lebre, tendo sido mantido neste meio livre de cruzamentos com outras raças.
Nos anos 70 do século XX, começou-se a recuperar o tipo original da raça, tendo como objectivo o reconhecimento internacional. Em 1983, o estalão da raça foi aceite pela Federación Canina Internacional (FCI), relançando a raça internacionalmente, mas sobretudo no seu país de origem, Espanha. Com a publicação do estalão, a criação do Galgo Espanhol deixou de comportar a introdução de sangue de outras raças, contribuindo para a separação entre o Galgo Espanhol e o Inglês.
Temperamento
O Galo Espanhol é um cão independente e tímido. Devido a estas características é um cão difícil de treinar. Sério e reservado, não é muito dado a brincadeiras ou demonstrações exageradas de afecto. Contudo não precisa de treino para fazer aquilo que sabe melhor: participar na caça à lebre, onde a sua personalidade enérgica e viva é realçada.
Necessita de bastante exercício, sendo quase obrigatória uma corrida diária. Pode viver num apartamento, desde que suficientemente exercitado, mas o ideal seria uma casa com um quintal de tamanho médio.
Como cão de caça, roedores e gatos são vistos como presa, mas o Galgo Espanhol pode conviver com outros animais, desde que tenha sido habituado a eles desde pequeno.
Ainda são poucas as pessoas que têm um Galgo Espanhol apenas como cão de companhia, sendo que a maioria deles são adoptados a caçadores quando estes já não servem para a caça.
Descrição
O Galgo Espanhol é um cão de porte nobre. Os machos devem ter entre 62 e 70 cm e as fêmeas entre 60 e 68 cm, sendo permitido um desvio de 2 cm nos exemplares perfeitamente proporcionados.
Elegante, o Galgo Espanhol é um cão de linhas finas, ligeiramente mais comprido do que alto. A cabeça é longa e a afunilar, terminando num pequeno nariz de cor preta. Os olhos são pequenos e oblíquos, de preferência escuros, de cor castanha, transmitindo calma, mas também timidez. As orelhas são largas na base, em forma de rosa e de inserção alta.
Este cão tem uma estrutura óssea compacta, com a barriga bastante metida para dentro. O peito é poderoso e profundo, mas pouco largo. A cauda é de inserção baixa, comprida, afunilando até à ponta. Em repouso, permanece baixa, em contacto com as pernas.
A pelagem do Galgo Espanhol é densa, mas fina, bastante suave ao toque. Existem algumas cores mais típicas no Galgo Espanhol, tais como o bronze e preto, o preto, castanho, amarelo, vermelho, branco e canela. Mas todas as cores são aceites.
Saúde e Higiene
O Galgo Espanhol é um cão bastante saudável, não apresentando particular incidências em relação às doenças que costumam afectar os cães de grande porte.
Fácil de manter, o pêlo do Galgo Espanhol apenas exige cuidados semanais: uma boa escovagem para remover a sujidade.